No universo das startups, o bicho mais celebrado é o Unicórnio. Animal mitológico que aparece para poucos felizardos: 22 no Brasil e 1000 no mundo. Algumas vezes, a visão do bicho é difusa, coberta por uma névoa. Pode durar meses ou anos, mas desaparece num piscar de olhos. Enquanto está em cena vale bilhões de dinheiros e, de repente, os bilhões viram pó. Não valem sequer um Etherium, aquela bit-moeda que ninguém vê, mas vale um monte.
Não quero engrossar o coro contra os unicórnios. Afinal, meu sonho sempre foi ser um deles, mas é um sonho tão improvável quanto passar uma noite com a Juliette Binoche. Então, vamos falar dos outros bichos. Aqueles que estão em extinção e/ou povoam as florestas para o nosso deleite ecológico. Fico pensando nas startups que sonham tornar-se o simpático cavalo com chifrinho na testa, mas esquecem que poderiam ser felizes sendo, simplesmente, um bicho a mais na floresta. Vamos combinar que é mais fácil povoar a natureza com bichos de verdade, do que esperar pelo unicórnio imaginário, temperamental, seletivo e ardiloso.
Vamos deixar a fauna de lado e focar no que interessa. Fiz essa introdução pra dizer que dá pra ser feliz sendo apenas uma startup que atende as demandas do mercado e resolve os problemas do cliente. Ela pode crescer lentamente, mas cresce com segurança. Gera empregos, remunera bem os colaboradores, premia a performance do time, está atenta às inovações, tem um propósito claro, promove a diversidade e respeita a experiência do usuário. Tudo isso se materializa num produto ou serviço e dá segurança ao consumidor para se fidelizar à marca. Esse perfil tem muito a ver com o empreendedor 50+, que não almeja tornar-se um unicórnio, mas sim uma bela arara azul que está em extinção ou uma pequena tartaruga marinha que corre para o mar ao nascer fugindo dos predadores. A natureza é sábia e os 50+ também. Eles lideram a maioria das organizações no Brasil e no mundo. E os experientes que estão fora do jogo poderiam povoar países de Pequenas e Médias Empresas, aqueles bichinhos que geram mais de 70% dos empregos só no Brasil, um país com quase 220 milhões de habitantes.
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