Veja o documentário produzido por Maite Alberd e Giedrė Žickytė (infelizmente não há versão nem legendagem portuguesa) sobre a doença de Alzheimer. Este trabalho explora o impacto da doença de Alzheimer na identidade.
Através das suas investigações, as autoras aprenderam que nas primeiras etapas da doença de Alzheimer, as pessoas tendem a recordar a infância mais claramente, muitas vezes como se esta tivesse acabado de ocorrer.
Procuraram responder à pergunta “Como seria para um imigrante afectado por esta doença, alguém cuja residência na infância fosse radicalmente distinta do ambiente em que vive actualmente?”
O que mais nos interessava era captar aquela sensação de alienação inerente à imigração, e também, talvez, a de morar num lar. Essa sensação de não estar realmente em casa.
Decidimos fazer o nosso filme no Chile, país que recebeu muitos imigrantes no século XX.
Foi lá que empreendemos uma busca por imigrantes, pessoas com a doença de Alzheimer.
Finalmente, encontrámos Josebe, a nossa protagonista, uma imigrante do País Basco que, embora vivesse num lar, estava convencida de que estava noutro lugar.
Aos 91 anos, a memória de Josebe, central para sua personalidade intensa e feroz, funcionou como havíamos imaginado.
Esta mulher extraordinária ajudou-nos a explorar como o passado nos define, mesmo quando não conseguimos lembrar-nos do que aconteceu ontem.
A doença de Alzheimer pode apagar o presente, mas os marcos das nossas vidas permanecem vivos nas nossas memórias.
Desta forma, o passado coexiste com o presente, forjado com as experiências quotidianas.
Vemos uma nova realidade: um retrato lúcido da doença mental, projectado com humor e alegria em todas as lembranças que valorizamos.
FONTE: https://www.nytimes.com/es