Artigo

“A impressão que eu tenho é de não ter envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice”

Um trecho da nova coluna de Mirian Goldenberg para a Vogue.
Pode ler a coluna na íntegra no no site da Vogue, na Sua Idade, Bela Velhice por Mirian Goldenberg.
Quando deu vida à obra de Simone de Beauvoir, Fernanda Montenegro disse que assinaria em baixo do seguinte trecho do monólogo “Viver sem tempos mortos”:
“A impressão que eu tenho é de não ter envelhecido, embora eu esteja instalada na velhice. O meu passado é a referência que me projeta e que eu devo ultrapassar. Portanto, ao meu passado eu devo o meu saber e a minha ignorância, as minhas necessidades, as minhas relações, a minha cultura e o meu corpo. Que espaço o meu passado deixa para a minha liberdade hoje? Não sou escrava dele. O que eu sempre quis foi comunicar da maneira mais direta o sabor da minha vida. Vivi em um mundo de homens guardando em mim o melhor da minha feminilidade. Não desejei e não desejo nada mais do que viver sem tempos mortos”.
Rita Lee cantou que “Toda mulher é meio Leila Diniz”, homenageando um ícone da revolução comportamental do século passado. Gosto de imaginar que no dia 16 de outubro de 2021, dia em que Fernanda Montenegro completou 92 anos, todos os brasileiros e brasileiras que lutam pela liberdade e democracia no nosso país se uniram para cantar com muito orgulho e gratidão que “Toda mulher é meio Fernanda Montenegro”.

Foto de Capa: Fernanda Montenegro / Leo Aversa

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