O botão da libertação da antropóloga Mirian Goldenberg também funciona em Portugal. Há mulheres que têm a coragem de dizer não, de serem elas mesmas e enfrentarem o atrevimento da ignorância da turba ululante. A famosa fadista Cuca Roseta não se calou. Na sua conta do Instagram, @cucaroseta publicou uma foto com uns micro calções e escreveu: “Olá eu sou a Cuca Roseta e estas são as minhas nádegas, traseiro, glúteo, rabo ou o que lhe quiserem chamar. Também tenho (como qualquer ser humano normal) olhos, boca, braços, mãos, cabelos, etc..”. A artista, que muito admiro, respondeu ao ataque que lhe foi feito, por ter publicado uma foto em que aparece com umas calças semitransparentes. Um colega de profissão confessa-se derrotado e que desiste de mostrar “o que não é fado”. Importa-se de explicar? Indignemo-nos contra estes ataques sexistas, misóginos e atentatórios da dignidade das mulheres. Sim, a Cuca é uma grande fadista, é mulher, é livre.

Simone de Oliveira, a diva maior, cantora e atriz, despede-se dos palcos aos 84 anos, após 65 anos de carreira. “Sempre fui um bocadinho à frente do meu tempo.” Sempre teve um propósito, desafiou convenções, nunca desistiu de viver, ultrapassando problemas de saúde graves. Assume gostar das suas rugas porque gosta da vida que viveu: “Sou incapaz de mexer na cara, de tirar as rugas. Para onde iriam as minhas lágrimas, as minhas gargalhadas, os meus desgostos?”

Dois bons exemplos de liberdade e de projetos de vida de que nos fala Mirian Goldenberg como ingredientes para a felicidade.

A energia da Simone: “Fui conseguindo dar voz a quem não o podia fazer. Sou de saltar muros, não gosto que me apertem. Gosto de ser livre.”

Vamos ligar o botão e fazer a Revolução da Bela Velhice?

Mulheres brasileiras e portuguesas, e os homens também, precisam se unir na luta contra a violência, os preconceitos e os abusos sexuais. Juntos somos muito mais fortes.

Queremos muito saber a sua opinião. Eu e Mirian Goldenberg acreditamos no poder da Revolução da Bela Velhice e nos caminhos de libertação das mulheres de todas as idades. E você? Como podemos ser mais livres?