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Competências digitais de idosos

A Universidade do Porto (UP) vai lançar na sexta-feira o ‘ICTskills4All’, um projeto que visa “aumentar as competências digitais da população idosa”, diminuindo “o isolamento e a segregação”, anunciou hoje o coordenador europeu desta iniciativa.

“Estamos perante uma alteração muito significativa a nível social e tecnológico e, de facto, cerca de 35% desta população idosa, tanto em Portugal como no resto da Europa, não tem qualquer competência digital”, explicou à Lusa o coordenador europeu do projeto, Elísio Costa.

O projeto, desenvolvido no âmbito do Porto4Ageing e financiado pelo programa Eramus+, vai decorrer em mais quatro países europeus (Polónia, Lituânia, Reino Unido e Bélgica) e acolher 160 idosos com mais de 55 anos, sendo que 40 são portugueses.

Segundo Elísio Costa, a iniciativa, que partiu do “apuramento de uma necessidade”, pretende capacitar a população de competências digitais, aumentando a “qualidade de vida e a autonomia”, e diminuindo “o isolamento e a segregação”.

“Esta população, não tendo competências digitais, deixa de ter acesso a uma série de serviços, mesmo em termos de saúde. Por isso é importante aumentarmos a capacidade de utilizarem estes novos produtos e serviços que estão a ser desenvolvidos”, frisou.

A iniciativa, designada “ICTskills4All: Empowering old adults citizens for a digital world” e com a duração de dois anos, vai assim “pilotar duas componentes”: cursos presenciais dirigidos à população que não tem competências digitais e uma plataforma online com cursos que remetem para situações particulares do dia a dia dirigidos à população com algumas competências.

“Nestas duas componentes vamos testar qual a melhor metodologia a utilizar, se uma metodologia intergeracional, onde são os jovens universitários a auxiliar os idosos, ou se uma metodologia a pares, ou seja, onde os idosos são auxiliados por colegas que tem mais competências”, esclareceu.

Para Elísio Costa, apesar de nesta primeira fase o projeto selecionar “idosos com mais mobilidade”, no futuro poderá vir a ter “capacidade para ir a casa das pessoas e auxiliá-las com as ferramentas digitais”.

“Aumentar as competências digitais da população, tendo em conta o surgimento das novas soluções de saúde, como as telemedicinas, torna-se numa emergência e uma necessidade”, acrescentou.

O projeto, que para além da Universidade do Porto, instituição coordenadora, conta com a colaboração do Telecentre Europe (Bélgica), o Cybermoon Services (Reino Unido), a HIPOKAMP (Polónia) e a Alliance Senior Active Riga (Letónia), vai ser apresentado na sexta-feira na Reitoria da Universidade do Porto.

FONTE: LUSA

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