Artigo

COMO ENVELHECER E ENCARAR O FIM EM GRANDE ESTILO?

Margaret Drabble, aos 80 ANOS,  teve vontade de escrever sobre envelhecer e morrer.

Dá nota desta sua vontade na entrevista concedida a Isabel Lucas, publicada no suplemento Ípsilon (01 de Fevereiro de 2019):

“Escrevi o romance porque quanto mais penso nos assuntos mais me apercebo de que aquilo de que mais falo com amigos   da minha idade é sobre envelhecer e morrer e  como iremos lidar com isso. Era o tema acerca do qual teria de escrever.”

“Tem a ver com a minha idade. Estou no meu 80.º ano e uma das minhas atenções vai no sentido da morte e da velhice. Atualmente enfrentamos questões que têm a ver com o facto de vivermos muito tempo, mantemo-nos vivos artificialmente. Não morremos apenas. Morremos de forma demorada, pensamos na morte e no quanto demora.” 

O livro Sob a Maré, de Margaret Drabble, é editado em Portugal pela Quetzal:

Fran pode ser velha, mas não vai desistir sem luta. Por isso, pinta o cabelo, saboreia cada copo de vinho e percorre incansavelmente as estradas do país.

Embora trabalhe com uma ONG, vão longe os seus dias do que se chama «vida ativa» – aqueles em que criava os filhos, em que tentava aprender a cozinhar e a lidar com um marido muito ocupado e bastante ausente. Agora, aproveita os momentos de solidão e liberdade como pequenas ilhas de uma felicidade quase perfeita. À sua volta, porém, o mundo prossegue o curso de vida e morte, e não falta variedade às maneiras como as pessoas (o seu grupo de amigos e conhecidos) se entregam ao destino final.

Com ecos de Simone de Beauvoir e Samuel Beckett, este romance é uma meditação sobre a morte, e uma interpelação sardónica e comovente do que torna uma vida boa – e a morte também.

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