Artigo

#eutanásia – “Morrer com Dignidade A Decisão de Cada Um”

Em entrevista ao jornal Público, um dos autores do livro “Morrer com Dignidade A Decisão de Cada Um”, o psiquiatra Júlio Machado Vaz “garante que não tem medo de morrer, mas sim de “estragar” o fim da sua vida.”

“Não quero chegar a uma sombra do que fui, vegetar.”

”Se estivéssemos numa situação em que, ou se legislava sobre cuidados paliativos para dar uma cobertura decente a este país, ou se legislava sobre eutanásia, eu não demorava dez segundos a responder: primeiro, cuidados paliativos. Acontece que os dois trajectos não se excluem.”

“Como imagina que será a sua morte?
Eu não quereria que os meus filhos passassem pelo que passei, sofrendo eu de Alzheimer. Mas não tenho uma resposta a preto e branco. Suponhamos que me era diagnosticado Alzheimer e dizia: “Quando chegar a tal ponto não continuo, não quero ser uma sombra do que fui; vegetar”. E se eles discordassem? Quem me garante que não cederia pelo amor que lhes tenho? Não aceito é que me digam, como já fizeram num debate: “mas a sua vida tem valor para a sociedade”. Sim, toda a vida merece respeito e solidariedade, mas sem esquecer a vontade do próprio.”

 

SINOPSE: 

“Do Movimento “Morrer com Dignidade”, com testemunhos de: Aranda da Silva, Daniel Bessa, Edite Estrela, Francisco George, Francisco Louçã, Francisco Pinto Balsemão, Júlio Machado Vaz, Maria Filomena Mónica, Mário Nogueira, Rogério Alves e Rui Rio. Discute-se no nosso país a despenalização da Morte Assistida, mas um aspeto é evidente: morre-se mal em Portugal. Em muitos casos, a morte é um processo solitário de violenta agonia e degradação física. Neste livro, da autoria do movimento cívico Direito a Morrer com Dignidade, e organizado pelo médico e político João Semedo, defende-se que cada pessoa deve poder assumir a opção que entender sobre os últimos momentos da sua vida: continuar a sofrer ou acabar com esse martírio. Seguindo-se este enquadramento profundamente democrático, ninguém é obrigado e ninguém é impedido, o único critério é a escolha de cada um. Inclui: – Prefácio de Gilberto Couto (médico) e posfácio de Lucília Galha (jornalista) – 33 questões fundamentais sobre a morte assistida – Depoimentos de personalidades destacadas da sociedade portuguesa – Textos dos autores dos projetos de lei em debate no Parlamento: Maria Antónia Almeida Santos, deputada do PS; José Manuel Pureza, deputado do BE; André Silva, deputado do PAN; Heloísa Apolónia e José Luís Ferreira, deputados do PEV. – Textos de juristas sobre a consagração da despenalização na lei portuguesa: Rafael Gonçalves, José Eduardo Martins – Sugestões de leitura. Os direitos de autor deste livro revertem por inteiro para a ONG Médicos do Mundo.”

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