Como lidar com o luto e a solidão durante a pandemia de COVID-19? Como estimular a memória da pessoa idosa durante a pandemia de Covid-19? O que mudou na rotina dos cuidadores de idosos com a pandemia? Estas são algumas das perguntas relacionadas à saúde dos idosos, no contexto da pandemia de Covid-19, que são respondidas em site específico produzido pelo Grupo de Informação em Saúde e Envelhecimento da Fiocruz (Gise/Icitc/Fiocruz), em conjunto com a Universidade da Maturidade da Universidade Federal do Tocantins (UMA/UFT).

O site disponibiliza vídeos, artigos científicos, guias, cartilhas, podcasts, blogs e vários outros materiais com informações detalhadas, visando a prevenção e o cuidado da saúde dos idosos, que representam mais de 70% dos óbitos por Covid-19 no Brasil. São mais de 150 mil idosos com 60 anos ou mais que foram a óbito em função da pandemia, em sua grande maioria apresentando comorbidades.

“Concentrar informações de qualidade e de fontes confiáveis num só site, baseados em evidências científicas e produzidos por diversidade de instituições e atores. Assim, pode-se ajudar nos desafios que a pandemia coloca à sociedade, como evitar agravos e mortes de idosos, possibilitar o envelhecimento saudável e melhorar a qualidade de vida das pessoas que cuidam deles”, declarou a pesquisadora da Fiocruz Dalia Romero, coordenadora do projeto, sobre as motivações da iniciativa.

O site Pessoa Idosa e Covid-19: Materiais sobre prevenção e cuidados também oferece a possibilidade de instituição ou pesquisador que trabalha com idosos enviar o seu material relacionado à prevenção e combate ao novo coronavírus.

Preocupação com fake news

A Fiocruz está muito preocupada com a proliferação de fake news e da desinformação sobre a pandemia de Covid-19 no Brasil. A instituição ligada ao Ministério da Saúde faz um constante monitoramento das fake news sobre o tema. Um estudo realizado pelas pesquisadoras da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP/Fiocruz) Claudia Galhardi e Maria Cecília de Souza Minayo, com base nas notícias falsas registradas pelo aplicativo Eu Fiscalizo, já havia detectado a tendência de disseminação de fake news sobre a pandemia.

Estão listadas abaixo cinco notícias falsas que, segundo a Fiocruz, têm sido difundidas recentemente sobre a pandemia, e particularmente sobre as vacinas contra a Covid-19. Cada notícia falsa é comentada por Patrícia Canto, pneumologista da ENSP/Fiocruz:

1. Eficácia da Coronavac: os testes no grupo de risco dos idosos foram “reduzidos” e a eficácia da vacina, em torno de 50%, é muito baixa e não garante o fim da pandemia. – É FAKE NEWS!  

“A pneumologista da ENSP, Patrícia Canto, explica que a Coronavac tem uma eficácia estabelecida nos estudos, até agora, de 50,38%, o que significa que, tomando a vacina, há 50,38% menos chance de desenvolver algum sintoma da doença. Ela destaca que a vacina foi 100% capaz de prevenir a forma grave da doença, incluindo necessidade de internação em UTI e uso de oxigênio. “Isso é muito importante para a redução das mortes e internações”, afirma Patrícia.

A pneumologista lembra que as vacinas são testadas, após os estudos iniciais, em voluntários divididos em dois grupos: um que toma a vacina que a população está testando e outro que toma outra vacina, ou um placebo. “Não garantiremos o fim da pandemia enquanto não tivermos a vacinação, em grande escala, da maior parte de nossa população. Devemos manter as medidas de distanciamento, máscaras e higienização das mãos”, lembra.”

2. Vacina contra a Covid-19 é ‘picada de escorpião’: altera o DNA e faz a pessoa perder o brilho no olhar – É FAKE NEWS! 

“Até o dia 9 de janeiro, um vídeo no qual se afirma que a vacina “altera o DNA e faz parte de um plano para transformar a raça humana em zumbis” já havia sido visualizado por cerca de 1,5 mil internautas! A pneumologista da ENSP lembra que vacinas existem há mais de um século e são as principais responsáveis pela redução na mortalidade infantil e pelo controle de doenças graves, como poliomielite e sarampo: “Fomos capazes de erradicar a varíola, única doença até hoje erradicada no mundo, graças à vacinação”.

Patrícia esclarece que as vacinas são testadas em laboratório antes de serem aplicadas à população. “As vacinas são muito seguras. Por que elas ficaram prontas tão rápido? Porque temos hoje tecnologia para desenvolvimento de vacinas em tempos muito curtos, pois dominamos tecnologias que podem ser adaptadas a diversos vírus. Atesto a total segurança, sou voluntária em um dos estudos e tenho muito orgulho em contribuir com a ciência, garantindo saúde para todos”, frisa.”

3. Vacinas contra Covid-19 podem provocar alterações genéticas ou câncer – É FAKE NEWS! 

“As vacinas atuam para o desenvolvimento de imunidade contra os vírus. Segundo Patrícia, elas não são capazes de alterar o material genético de células humanas e não há registros de associação com qualquer tipo de câncer. “Aliás, podemos citar a vacina contra o HPV, que é capaz de prevenir o câncer do colo do útero”, exemplifica.”

4. Uso de máscara não deve ser praticado por pessoas que fazem atividade física – É FAKE NEWS!

“A pneumologista garante que o uso de máscaras é seguro e recomendado para todos, com exceção de crianças abaixo de três anos de idade ou pessoas que não sejam capazes de colocar ou retirar a máscara sem ajuda.

“Não há perigo no uso de máscaras com a realização de atividade física, nem existe associação com arritmia cardíaca ou refluxo. Vale ressaltar que as máscaras sempre foram rotina para os profissionais de saúde e fazem parte do uso na cultura de vários países orientais”, esclarece.”

5. Eficácia da hidroxicloroquina: o presidente dos EUA, Joe Biden, e o American Journal of Medicine recomendam o uso do medicamento – É FAKE NEWS!

“Segundo Patrícia, não existem estudos que comprovem a eficácia da cloroquina para qualquer fase da doença. “Os estudos já publicados, ao contrário, mostram que não há atuação desse medicamento para tratamento da Covid-19”, reforça a pneumologista.” (Com informações do portal da Fiocruz)