Quase metade da população portuguesa viveria na pobreza sem os apoios do Estado. Mais de dois milhões de idosos recebem pensões de reforma, mais de um milhão de pessoas o abono de família, quase 800 mil viúvos e órfãos têm pensão de sobrevivência e metade dos que não trabalhavam recebiam subsídio de desemprego no ano passado.
As pensões absorvem hoje a esmagadora maioria do orçamento da Segurança Social, financiado sobretudo com os impostos dos trabalhadores e empresas, mas também com receitas dos jogos e outras verbas do Orçamento do Estado.
Com uma população cada vez mais envelhecida e menos jovens a trabalhar, as contribuições hoje quase já não chegam para pagar as pensões de hoje. E, neste acordo entre gerações, a garantia de um apoio na velhice parece incerta para quem agora começa a descontar para a Segurança Social.
- Que soluções há para reformar o sistema de pensões e apoios?
- Que outras formas de financiamento podem evitar a sua implosão?
- E mesmo que tudo corra bem, as reformas que recebermos no futuro vão garantir-nos uma vida e velhice protegida?
Para responder a estas e outras dúvidas juntaram-se no Fronteiras XXI, o ex-presidente do Conselho Económico e Social José Silva Peneda, o especialista em desigualdades sociais Carlos Farinha Rodrigues, a especialista em sistemas de protecção social na Comissão Europeia Ana Carla Pereira e o investigador Amílcar Moreira, autor de um estudo inédito sobre a sustentabilidade financeira e social do nosso sistema de pensões.
A moderação do Fronteiras XXI foi da jornalista Ana Lourenço.