“Uma vez chegados a certa idade, os cidadãos estarão menos preocupados com o futuro social, político e económico no que diz respeito às gerações mais jovens, e muito menos propensos a suportar as decisões de longo prazo da política”.
Foi desta forma que o fundador do Movimento Cinco Estrelas, o cómico Beppe Grillo, defendeu que as pessoas idosas deixem de votar em Itália.
Grillo publicou um artigo no seu blogue com o seguinte título:
“E se retirarmos o voto aos idosos?”
E vai mais longe:
“Há demasiados eleitores idosos e o seu número está a crescer. O voto não deve ser um privilégio perpétuo, apenas uma participação para o destino da comunidade política, seja em seu benefício ou nos seus riscos.”
Lança uma segunda questão:
“Num mundo cada vez mais envelhecido, especialistas, estudiosos e políticos propõem que se baixe a idade para votar, mas o que devem fazer as democracias quando os interesses dos idosos podem entrar em contradição com os das jovens gerações?”
Um cómico que se fez político com um discurso polvilhado de ideias trágicas. Um discurso desonesto e perigoso que pode ser combustível para clivagens entre gerações.
Um exemplo claro de idadismo que deve ser combatido com todas as forças, por todos os italianos e italianas, por todos os cidadãos do mundo de todas as idades.
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