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Legislativas 2019. Campanha pede aos políticos que não se esqueçam do Alzheimer

Mais de 200 mil pessoas em Portugal sofrem de demência; quase 70% têm Alzheimer. E os números continuam a crescer, mas não as respostas, que dependem dos decisores políticos. Campanha ​#Alzheimer6Out2019 pede aos candidatos de falem do tema das demências.
Em época pré-legislativas, José Carreira, ex-presidente da Alzheimer Portugal, lançou uma campanha nas redes sociais: o objetivo é desafiar os partidos concorrentes a colocarem o tema na agenda de campanha. #Alzheimer6Out2019 está no Facebook, Instagram e Linkedin. E já mereceu milhares de likes.

Uma caneca e um postal… para lembrar

Por estes dias os partidos concorrentes às eleições legislativas receberam pelo correio uma encomenda. Dentro da caixa de cartão, uma caneca com a hastag Alzheimer6Out2019 e um postal com um apelo: não se esqueçam dos doentes, dos cuidadores formais e informais, e das famílias que todos os dias têm imensas dificuldades para enfrentar desafios para os quais não estão preparadas, até porque a doença surge de forma inesperada.

A campanha foi lançada há pouco mais de três meses nas redes sociais e já mereceu milhares de “likes”.

“A mensagem está a passar bem, agora, é preciso que chegue às pessoas certas, aos políticos que concorrem às eleições. É preciso que olhem para este problema e que o tornem tema de campanha, diz José Carreira, presidente das Obras Sociais de Viseu, mas também fundador do Centro de Apoio Alzheimer Viseu e do projeto Envelhecer.

Quase meio milhão de pessoas à espera de respostas

Segundo os indicadores da OCDE, Portugal tinha, em 2017, cerca de 205 mil pessoas com demência, 140 mil das quais com Alzheimer. Excluindo as pessoas que ainda nem sequer estão diagnosticadas.

“Se cada um tiver pelo menos um cuidador, são cerca de 450 a 500 mil pessoas afetadas pela doença”, frisa José Carreira.

A aprovação do Estatuto do Cuidador Informal é importante, mas para o ex-presidente da Alzheimer Portugal, também é preciso fazer o ponto de situação sobre a Estratégia Nacional de Saúde para as Demências.

“Um ano depois da aprovação, os Planos Regionais já deviam existir, mas não conheço nenhum. E seriam importantes para dar as respostas mais adequadas.”

José Carreira considera que a Estratégia Nacional está bem desenhada e tem muito caminho para fazer, mas “há aqui um grande silêncio que me preocupa. Tem que passar do papel para o terreno, para as pessoas que dela precisam como do pão para a boca”.

Um terceiro instrumento que José Carreira considera importante são os projetos-piloto que deveriam se implementados pela Segurança Social. “Seria uma oportunidade se pudessem casar os planos regionais com os projetos-pilotos”.

 

FONTE: Rádio Renascença  

Foto: Mário Cruz/Lusa
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