Não foi à toa, portanto, que a mais bela ilha do litoral brasileiro ganhou a alcunha de Ilha da Magia. Em suas dezenas de exuberantes praias e incontáveis recantos naturais, a capital do Estado de Santa Catarina surpreende um número crescente de visitantes, que acabam por descobrir muito além das paisagens cênicas e inspiradoras. Porque mais do que um pedaço de terra caprichosamente esculpido pela natureza, Florianópolis é um alguidar de culturas em permanente ebulição.
Explorar essa ilha de 54 quilômetros de extensão norte-sul é um passeio pelo tempo. As matas virginais que resistiram à sanha imobiliária sugerem como a ilha se mostrava aos primeiros navegadores do século 16 que ladearam sua costa. A arquitetura portuguesa – ostensiva em bairros como Santo Antônio de Lisboa e Ribeirão da Ilha, denuncia sua mais forte influência cultural, ainda que, por ser capital, a ilha tenha se tornado cosmopolita ao abrigar representantes das mais diferentes culturas europeias que fixaram colônias no Estado a partir do século 19 e, mais recentemente, migrantes de outros estados da Federação, em especial do Rio Grande do Sul e de São Paulo.
A ponte Hercílio Luz, hoje rediviva após passar as últimas quatro décadas sob o risco de colapsar e na mira dos residentes críticos à gastança infrutífera nas obras de recuperação, surgiu na paisagem da ilha como símbolo de modernidade na década de 30. Hoje, reinaugurada há pouco tempo, a ponte readquire o vigor do status de ícone maior do Estado.
A modernidade da capital está agora mais visível nos aterros da orla oeste, na Beira-Mar, na muralha de edifícios que gozam de uma vista magnífica do oceano que separa a ilha do continente. Está presente em Jurerê, nos seus condomínios de luxo, nos acessos ao Norte da Ilha, e, mais recentemente, no novo e charmoso Aeroporto Internacional Hercílio Luz.
Mas sempre são as pessoas que tornam um lugar peculiarmente interessante. E a Ilha da Magia tem muito a impressionar os seus novos exploradores, porque, mesmo assediada pelo moderno e pela influência dos outsiders, ela preserva suas raízes históricas e culturais. E ao mesmo tempo que faz dessa herança um recurso turístico, a cidade aprende a conviver com a sofisticação que se associa aos seus espaços e experiências.
A publicação Gosto de Floripa propõe trafegar por essas dimensões da Ilha de Santa Catarina. Em cada história, tecer passado, presente e futuro; mergulhar profundamente naquilo que a faz singular, sua tradição e cultura, sob suas variadas formas de expressão, mediada especialmente pela gastronomia, uma arte que tanto traduz a alma de sua gente.
Trata-se de uma publicação que pretende apresentar Floripa em toda a sua extensão espacial e cultural, guiada pelo fio condutor do paladar; a atração gastronômica como ponto de chegada de todas as experiências. Para os locais, esperamos que esta publicação seja uma reafirmação de sua identidade. Para os visitantes, uma introdução sensível, abrangente e cativante dessa ilha que não para de conquistar novos admiradores país e mundo afora.
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Luiz Garcia
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