Artigo

#MesMundialAlzheimer: CUIDAR DO CUIDADOR

Não me canso de repetir, a doença de Alzheimer e outras demências não afetam apenas a pessoa que está doente. Associado a cada diagnóstico, a cada pessoa que perde, pouco a pouco, as suas memórias, há centenas de histórias.  São as histórias dos cônjuges, dos filhos, dos amigos…São as pessoas que cuidam, as faces ocultas da doença.

Por vezes, de um dia para o outro é preciso tomar a decisão de assumir o cuidado do ente querido. Ser cuidador de um familiar com Alzheimer requer dedicação constante, carinho, empatia. Não é fácil compreender o que estas pessoas passam, são horas sem dormir, a superação de muitas barreiras e o sentir o avanço de uma doença degenerativa incurável, até à data. NÃO PODEMOS CURAR, MAS PODEMOS CUIDAR.

Ainda que alguns cuidadores sintam satisfação no ato de cuidar, a sua exigência diária tem impactos na saúde física e mental. 94% das cuidadoras e dos cuidadores sofre de problemas psicológicos. Se quem cuida não está bem, torna-se difícil que a pessoa cuidada não fique mais exposta às vulnerabilidades de quem dá o seu melhor, mas também está fragilizada. A demência vai muito para lá da saúde, é também uma questão social, é uma doença da família que urge considerar como prioridade, como indicou a OMS. Uma prioridade que não podemos descuidar, durante e após o período pandémico que vivemos e que ainda estará longe de ser ultrapassado. Também por isso, permitam-me desviar do foco deste artigo, não consigo compreender os negacionistas, os anti-máscaras e os anti-vacinas. Sei que são, pelo menos no nosso país, uma minoria, mas não imaginei que, em pleno século XXI, houvesse gente que renegasse a evidência científica. Enfim, a espuma dos tempos, tempos de cancelamento e, não raras vezes, de protesto aparentemente “gratuito”. Curiosamente, nos Estados Unidos há americanos anti-máscaras que admitem usá-las para se protegerem dos vacinados…

Cuidar das cuidadoras e dos cuidadores é, desde o nosso primeiro dia, no Centro Apoio Alzheimer Viseu, uma prioridade.

Por isso, as Obras Sociais Viseu criaram os Grupos de Ajuda Mútua (GAM). Através de sessões periódicas, os cuidadores familiares partilham experiências com outras pessoas que estão a passar pela mesma situação. Aprendem técnicas de relaxamento e trabalham com as nossas neuropsicólogas as suas próprias emoções. Ser membro de um grupo terapêutico é sentir que pode pedir apoio, que não carregam sozinhos com o peso da responsabilidade, que não estão sós.

Também para apoiar as cuidadoras e os cuidadores dinamizamos, em Viseu, em parceria com o Município, a Escola Superior de Educação de Viseu e a Alzheimer Portugal, o Café Memória. Prestamos também apoio psicossocial e jurídico, além das sessões de informação e sensibilização públicas que visam combater o estigma.

Temos como objetivo aumentar a nossa capacidade de intervenção, para que mais pessoas possam beneficiar dos nossos serviços. No nosso país, milhares de pessoas estão a lutar, neste momento, contra a doença de Alzheimer. Mas, sabe uma coisa, caro leitor, nós não as vamos deixar sós.

Aproxima-se o #MesMundialAlzheimer, uma boa oportunidade para se juntar a nós e apoiar uma causa que é da pessoa com demência, do (a) cuidador (a), das famílias, dos amigos, da comunidade.

Aproveito para sugerir a leitura do livro Grupos de Ajuda Mútua: Estratégias para Intervenção Psicossocial, editado pelas Edições Esgotadas.

Acompanhe e apoio o nosso trabalho, contribua para a construção de uma #ComunidadeAmigaNaDemencia.

 

Setembro é o Mês Mundial de Alzheimer! • #WorldAlzMonth

 

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José Carreira

 

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