A dinâmica teatral é inspirada nas memórias e espaço onde estão inseridos. O projeto envolve também a autarquia e a Escola Superior de Teatro e Cinema.
O teatro vai a casa dos utentes de serviço de apoio domiciliário (SAD) da Santa Casa da Misericórdia da Amadora, ao abrigo de uma parceria com a autarquia e a Escola Superior de Teatro e Cinema.
“É um projeto que pretende estimular as capacidades dos utentes nesta fase de confinamento e tem sido uma iniciativa muito decisiva, uma vez que os utentes se encontram muito mais isolados”, conta à Renascença Alexandra Andrade.
As visitas com teatro acontecem de 15 em 15 dias e permitem “estimular a criatividade, fazer partilha de experiências, ajudar a sonhar porque às vezes os sonhos ficam arrumados numa prateleira”, acrescenta.
Para a responsável pelo setor da terceira idade da Misericórdia da Amadora`, “perceber que, de alguma forma, os idosos podem voltar a sonhar e podem estar mais felizes e mais disponíveis, tem sido muito gratificante”.
“Os sorrisos falam por si, dizem mais do que as palavras”, nota Alexandra Andrade.
O projeto de investigação e intervenção comunitária com idosos, intitulado “Identidades”, engloba duas vertentes: o teatro em casa, do qual beneficiam os utentes de apoio domiciliário; e um outro, que neste momento está mais parado, que envolve utentes do centro de dia.
“Na casa dos utentes são desenvolvidas algumas atividades que são pré pensadas, preparadas pelo professor e que podem ou não ser discutidas com o utente e que tem muitas facetas, desde partilha de culturas, partilha de músicas, até outras coisas…”, adianta Alexandra Andrade.
O projeto “Identidades” foi interrompido em março, quando surgiu a pandemia da Covid-19, mas já foi retomado, após “os familiares dos utentes terem manifestado essa vontade e de a Escola de Teatro e Cinema ter assegurado que teria condições para voltar às atividades”, conta a responsável, acrescentando que as visitas acontecem no cumprimento das regras da DGC, “sempre com máscara, com distanciamento, com todas as precauções, sempre”.
Atualmente o teatro vai a casa de apenas dois idosos, mas a ideia é estender o projeto a mais utentes. É a ideia e o sonho dos responsáveis da Misericórdia da Amadora, mas, para isso, são necessários mais recursos financeiros e humanos.
“É uma vontade nossa conseguirmos estender também aos centros de dia e, quem sabe, a mais utentes do apoio domiciliário. É uma vontade de muita gente, da instituição, da Câmara e da Escola de Teatro e Cinema”, afirma Alexandra Andrade.
Além do teatro na casa dos idosos, a Escola de Teatro e Cinema está a fazer animação de rua. Uma iniciativa que é muito valorizada, diz a responsável pelo setor da terceira idade da Misericórdia da Amadora.
“Vão pelas ruas da Amadora e vão fazendo teatro, cantando músicas… E é interessante também ver as pessoas à janela e as interações que são feitas. E, neste momento, é importante nós continuarmos a ter alegria e outras experiências. É importante continuarmos a sentir que estamos juntos e estamos próximos”, conclui.
FONTE: Rádio Renascença
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