Como mulher, sofro uma pressão social pavorosa para ser bonita e jovem; como se ser linda fosse obrigação… Tenho vários problemas de autoimagem, mas, estranhamente, envelhecer não está sendo um problema. Nunca pintei os cabelos e aos 45 estou bem grisalhinha. Não evito determinadas cores nem peças de roupa por já ter “passado da idade”. As únicas pessoas que não envelhecem são as que morrem jovens, afinal.
Leticia Dáquer (Curitiba, PR)
Estou muito feliz em ter chegado aos 51 anos, ainda mais pela minha origem: pobre, periférica e africana. Chegar até aqui é uma vitória, como cantaram os Racionais MCs. Passei longe de drogas ilícitas e lícitas, dediquei-me aos estudos, ao amor, aos livros e à espiritualidade. Sou bacharel, licenciado e mestre em história pela USP. Sou professor de história na rede municipal. Quero viver bem até os cem.
Carlos Eduardo Dias Machado (São Paulo, SP)
Lido com a maior naturalidade possível. Sem preocupações. Analisando o que eu fiz de útil não ao mundo, mas às pessoas que me cercam. Observando também que neste mundo descartável temos que tomar o cuidado de não sermos esquecidos ou nos tornarmos obsoletos. Afinal, só envelhece quem não morre.
Adriana Farias (São Paulo, SP)
Envelhecer é natural, mas estou me preparando psicologicamente para viver bem e intensamente minha vida ao lado de meus filhos e do marido.
Sandra Rodrigues do Nascimento Silva (São Paulo, SP)
Euvaldo Soares de Pinho Júnior (São Paulo, SP)
Estou aprendendo a envelhecer. Não tenho mais medo, vejo as escolhas que fiz em minha vida de forma serena. Sei que deveria ter aberto mais portas, deveria ter sido mais livre. Mas, incrivelmente, me sinto mais feliz. É nesta fase da vida que se percebe o quão bom é viver intensamente.
Emides Francisca da Silva Cunha (Manaus, AM)
Meu envelhecimento tenho encarado de forma saudosista, mas bem. Não estou preparado porém para o envelhecimento dos que me rodeiam, especialmente dos pais, dos parentes, das histórias, das cidades. O mundo que a gente conhece morre muito antes da gente.
Jennifer Zsürger (São Paulo, SP)
Acolho minhas recentes rugas, marcas e deformações físicas como testemunhas do aprimoramento da minha capacidade de discernimento e inteligência. São as marcas do corpo que contam minha história, e cuido dele como o veículo que torna possível a continuação da narrativa da qual sou a narradora-personagem. Envelhecer é pavorosamente magnífico!
Letícia Flores Montalvão (São Paulo, SP)
Em relação à mente e ao coração, o melhor remédio é viajar, ver shows e filmes, ouvir podcasts, ler e, principalmente, estar com quem amo. Depois da aposentadoria, troquei a roupa social por tênis, jeans e camiseta e passei a me importar menos com o que os outros pensam. Assim, os anos que estão por vir se mostram a mim não como velhice, mas como um mundo de boas experiências a serem vividas.
Sônia Pereira Gomes (Santo André, SP)
Estou com 61 anos, aparento 55 anos, penso como 40 e tenho alma de 30. Descobri que posso viver bem comigo, sem remorso, consciente de que o que fiz está feito e que a cada dia estou sendo melhor comigo em primeiro lugar.
Carmen Lúcia da Costa Mendonça de Melo Barreto (Caxias do Sul, RS)
Fugi do envelhecimento por alguns anos. Escondia-me atrás de pinturas de cabelo, unhas impecáveis e não via o tempo passar. Então veio a pandemia. Fiquei sem sair de casa por dois anos. As unhas eu fazia em casa; o cabelo cresceu; a raiz branca apareceu… Fui cortando conforme dava, até que ficou plenamente grisalho. Levei um choque, porque vi que estava bonita. Com isso, desnudei minha alma e deixei a idade se instalar. Estou ótima e realizada.
Maria Izabel Rocha (Curitiba, PR)
Estou com 60 anos. O tempo me fez muito bem. Trouxe-me algumas dores nos ossos e nos músculos, mas aliviou muitas dores da alma. Os medos que me assombravam, já os vivi, muitos, restaram bem poucos, que nem sei se terei que enfrentar.
Nilza de Souza Bueno (São Paulo, SP)
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