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Qual a sua história? Me conta?

Qual a sua história? Me conta?
Essa semana me deparei com essa notícia: secretária de Schindler, que ajudou a salvar milhares de judeus do Nazismo, Mimi Reinhardt morre aos 107 anos.
Nascida na Áustria como Carmen Weitmann, ela era judia e foi contratada pelo próprio Schindler, com quem trabalhou até o fim da Guerra.
Quando o conflito, acabou, Mimi foi morar em Nova York. Em 2007, se mudou para Tel Aviv, em Israel.
Pelo que ela viveu, e mais o tanto que viveu, imagino quantas e que histórias impressionantes Mimi teria para contar para qualquer ser humano.
Histórias que não ficaram, necessariamente, gravadas em lugar algum.
Histórias como tantas outras que se perdem porque não paramos para ouvir.
Que não pedimos para serem contadas.
Eu lembro de algumas histórias que meu avô contava sobre seu tempo de escola.
Ele capturava minha atenção quando eu era garoto, depois adolescente e como adulto.
Ouvi a mesma e outras tantas ao longo do tempo que convivemos.
Jamais esqueci.
E foram contadas há mais de 50 anos.
Nesta mesma semana – quem disse que sincronicidade não existe? – lendo o livro da Brené Brown – “Caia. Levante. Tente Outra Vez” – esbarrei nesse trecho que fala da força das histórias nas nossas vidas:
“Mas a ideia de termos sido “programados para contar histórias” é mais do que uma frase de efeito. O neuroeconomista Paul Zak descobriu que ouvir uma história – uma narrativa com começo, meio e fim – faz nosso cérebro liberar cortisol e oxitocina. Essas substâncias desencadeiam as habilidades singularmente humanas de estabelecer vínculos, sentir empatia e dar sentido às coisas. Contar histórias é algo que está literalmente no nosso DNA.”
E como complemento, Seth Godin, no mesmo tema nos conta, falando do que marcas, produtos e serviços vencedores tem em comum na relação com seus públicos: “Não a melhor ideia. Nem a resposta certa. Apenas aquele que contar a história que captura a atenção e leva todos a balançar positivamente a cabeça”.
Histórias.
Todos estão falando de histórias, como se fosse o Santo Graal para tudo.
E talvez seja.
Nas palavras de Gordon Parker, no texto de Morgan Mausel, “as narrativas mais longevas não são aquelas que trazem os melhores dados ou fatos. Mas aquelas que miram nossos mais profundos desejos e demandas.”
E a minha reflexão é o quanto conhecemos das histórias das pessoas à nossa volta.
Não só das pessoas mais experientes, mas daquele ou daquela que com seus 18 anos já tem tanto para contar, de como olha para o mundo, seus medos, desejos. Todos temos histórias para contar.
E nessa contação recíproca de histórias, novas histórias sempre afloram.
Talvez aqui um bom início para a convivência geracional: contar e ouvir histórias de quem está com a gente nos desafios do dia a dia.
Então que tal começar a conversa com: “me conta, como você chegou até aqui? Ou, o que você faz além desse trabalho que vamos fazer juntos?” #storytelling #artplan #etarismo #atualiza #multigeracionalidade

FOTO DE CAPA: Mimi Reinhardt, a secretária de Oskar Schindler – Gideon Markowicz – 23.nov.19/AFP

Marco Antonio Vieira Souto

Head de Estratégia grupo Dreamers; Mentor Top2You; Mentor Yolex; Mentor Gerando Falcões; Conselheiro Escola de Gente; Conselheiro do Conselho do Varejo-CDV, da ACSP

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