Cidadão nonagenário, na plena posse das faculdades de alma, desenvolvo uma persistente actividade de escrita. Por tendência natural, gosto e, também, por imperativo cívico. Com a importante caracterização de não escrever por encomenda ou para agradar a uns e desagradar a outros. Todavia, é inevitável isso acontecer pela decorrência das reacções suscitadas nos leitores, dado que cada cabeça, cada sentença e de isso ser inerente à natureza humana.
E a propósito deixo referência de que não viso alcançar Prémio Nobel de literatura… em contraposição às declaradas intenções de conhecido intelectual da praça jornalística de Lisboa.
Aqui e agora, certamente que haverá gente a aceder e que ficará desagradada ao ler a prosa que se vai seguir; talvez por não estar habituada a ser alvo de incisiva crítica, a praticar exercícios de introspecção e a ter cuidados de higiene mental.
Como as considerações que explanarei não têm destinatários directos e individualizados, estou à vontade para me pronunciar acerca das falhas educacionais que ocorrem no dia-a-dia da sociedade portuguesa – o que faço com a incontestável autoridade moral de a elas ser alheio e não praticante. Por exemplo: correspondendo a norma pessoal respondo a quaisquer mensagens que recebo (desde que redigidas em termos correctos) e agradeço todas as atenções tidas para comigo.
Escrito isto como nota preambular atenho-me ao que se passou de rodeio ao lançamento da obra APONTAMENTOS BRASILIANOS.
Tive o cuidado de endereçar a inúmeras pessoas a quem dispensava atenção ou amizade convites para assistirem ao evento. A esmagadora maioria dos convidados nem sequer uma palavra me dirigiram a darem conta da recepção do convite. Assim feita a demonstração de que não cultivam a elementar cortesia. O que também revela deselegância de procedimento e alguma regressão no domínio da educação cívica. Outrossim, realçado o facto de que tais pessoas não são tão atenciosas e amigas como era suposto no imo de Brasilino Godinho.
Processaram-se desenganos vários. E ficou adquirida a lição de que as aparências iludem e que se deve estar atento a tantas falsidades e hipocrisias no relacionamento entre os indivíduos que, deploravelmente, prevalecem na sociedade portuguesa.
Para terminar duas referências às minhas sentidas emoções: desagradáveis umas, apontadas nos precedentes parágrafos; e muito agradáveis outras, suscitadas pelas mensagens recebidas no dia 25 de Outubro, data do 90.º aniversário natalício, que me ocuparam a manhã, tarde e noite a ler e agradecer as mensagens de felicitações e a atender alguns telefonemas; e aqueloutras manifestações de amizade e de carinho tidas para o autor destas linhas, no decorrer do acto de lançamento da obra brasiliana na FNAC de Aveiro.
Saliente lição a ter presente no nosso espírito: a de que ainda existem neste país, pessoas que prezam os valores da cortesia, da elegância no trato com o semelhante e que atendem à suprema validade da educação que, infelizmente, em Portugal e cada vez mais, de jeito nenhum se confunde com a Instrução. Até se fica com a impressão que elas quanto mais instruídas, mais deseducadas se mostram no quotidiano das suas vidas.
Brasilino Godinho
Concordo absolutamente como o expresado.
Moro na argentina e no Brasil e acontece o mesmo.
Sou o protagonista de uma historia de superacao,com o intuito de ajudar, inspirar e motivar.
Escrebo na minha columna na plataforma red de buenas noticias, e jamais recebo comentario nenhum.