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ALZHEIMER: COMO RECONHECER OS SINAIS INICIAIS DA DOENÇA

Em meu artigo anterior eu expliquei porque você deve dedicar um tempo para estudar sobre a Doença de Alzheimer. Como justificativa para a minha tese, apresentei 7 razões que deveriam impulsionar esta atitude.

E agora que você já sabe porque precisa conhecer melhor essa doença, eu vou ensinar como reconhecer os sinais iniciais ou de alerta. Essa é uma etapa fundamental já que poucas pessoas sabem diferenciar as alterações nas funções cognitivas que são resultantes do processo natural de envelhecimento e aquelas que indicam a presença da DA.

De antemão, já ressalto que a pessoa com DA não precisa apresentar todos esses sinais de uma vez só, pois eles vão surgindo e se somando ao longo do tempo. Logo, se algum conhecido ou familiar apresenta um ou mais destes sintomas, é recomendável que o alerta seja ativado e que as pessoas mais próximas dediquem tempo para observar a evolução do quadro.

Também é importante destacar que se uma pessoa apresenta um ou mais destes sintomas não significa necessariamente que ela tem DA, pois existem outras doenças que podem ter como consequência um quadro clínico similar à síndrome demencial, como a depressão. Nestes casos, quando o problema de base é tratado, o quadro demencial é eliminado. Mas nós vamos falar sobre isso em outras publicações.

Por ora, é importante entender que os sinais abaixo não são normais e que suas causas precisam ser investigadas. Para isso, é importante analisar quando surgiram essas alterações, como tem sido a evolução e relatar essas informações a um geriatra, psiquiatra ou neurologista.

Agora vamos conhecer os 10 principais sinais de alerta:

 

  1. Perda de memória: Esse é o sinal clássico, mas não o único, como você poderá constatar a seguir. A pessoa faz as mesmas perguntas, comentários e conta as mesmas histórias várias vezes. Ela esquece datas e compromissos importantes (como aniversários e consultas médicas) e começa a fazer uso de auxiliares para ativar a memória (como post it e notificações do celular.
  2. Problemas com a linguagem: Durante uma conversa, o indivíduo troca uma palavra por outra que tem sentido completamente diferente (exemplo: ler por varrer) e interrompe o papo de forma abrupta porque não se lembra o que estava falando e tem dificuldades para entender o que está sendo dito. Ou seja, acompanhar conversas longas e com várias pessoas interagindo ao mesmo tempo se torna uma tarefa muito difícil e estressante.
  3. Armazena os pertences em locais inapropriados e depois esquece onde eles estão: Encontrar comida no guarda-roupa e sapatos na geladeira é algo comum quando você convive com alguém acometido pela DA. O problema é que eles não apenas armazenam os objetos em locais inadequados como também esquecem que o fizeram. Geralmente o resultado disso são as acusações de roubo, o que causa um grande problema de convivência com os familiares desavisados.
  4. Dificuldade para resolver problemas: Seja no ambiente familiar ou de trabalho,

lidar com questões complicadas e que exigem tomada de decisão se torna algo muito complicado. Logo, fazer as ponderações necessárias e proceder às escolhas pode causar irritação, agitação e, portanto, estresse.

  1. Incapacidade para realizar tarefas cotidianas sem auxílio: preparar um bolo e fazer um café, por exemplo, só serão possíveis seguindo algum tipo de orientação verbal ou escrita, ainda que essa pessoa tenha feito isso durante toda a sua vida.
  2. Desorientação: O indivíduo esquece os caminhos para chegar em determinados lugares aos quais já estava acostumado a frequentar, podendo inclusive esquecer o que foi fazer lá. Ele também pode ficar perdido em relação às estações do ano e aos períodos do dia, fazendo confusão entre manhã, tarde e noite.
  3. Alterações de humor e personalidade: intensificação de características pessoais ou mudanças intensas de humor e personalidade também são comuns. A pessoa pode se tornar tímida, extrovertida, desconfiada, medrosa, chorosa, irritada e/ou agressiva. Também são comuns os sintomas depressivos, a ansiedade, o estresse e as mudanças abruptas de humor.
  4. Desinteresse por atividades que ela apreciava: Perder o gosto pelas coisas que antes eram interessantes – como sair com os amigos, ler, dançar e outros – e passar a ficar cada vez mais isolado em casa também é um sinal de alerta que precisa ser observado.
  5. Suscetibilidade a situações de risco: a capacidade de discernimento fica prejudicada e perceber o que é certo/errado, quem é confiável ou não e que situações são perigosas é algo complicado para quem tem DA. Por isso, essas pessoas podem ser enganadas com frequência, vestir-se de forma inadequada e não perceber situações de risco. Um exemplo comum é pedir ajuda a estranhos para utilizar o caixa eletrônico do banco e ceder frequentemente a pedidos de ajuda financeira feitos por familiares e até por desconhecidos.
  6. Desorganização financeira: como as habilidades cognitivas estão prejudicadas, uma das consequências mais comuns são os problemas financeiros. Gastos excessivos, esquecimento dos compromissos financeiros ou pagamento em duplicidade, empréstimos e doações irracionais são situações vivenciadas por quem tem DA.

 

Como você pôde perceber, esses sintomas da DA podem causar graves problemas no ambiente de trabalho, familiar, na vida social e nos aspectos financeiros, entre outros.

 

Por isso, acredito que todos nós, ao ter acesso a essas informações, devemos alertar nossos amigos, colegas de trabalho e familiares. Mas de que forma? compartilhando informações sobre essa doença. Eu considero que essa é uma função social, você concorda?

 

Deixe seus comentários, será um prazer trocar ideias e compartilhar experiências contigo.

 

E se você ainda não leu o artigo que eu citei neste texto, clique no link abaixo:

 

https://envelhecer.pt/7-razoes-para-voce-conhecer-melhor-a-doenca-de-alzheimer/

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JULIANA BENEVIDES 

Idealizadora da Mentoria S.O.S Alzheimer, Doutoranda em Bioética e Saúde; Mestre em Saúde Coletiva; Especialista em Saúde da Pessoa Idosa e Gerontologia

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