Criado em outubro, o Centro de Envelhecimento Ativo e Saudável do Interior da Região Centro (CEASIRC) nasceu na UBI e foi o quinto a ser criado no país, abrangendo os distritos de Viseu, Castelo Branco e Guarda onde já começou a funcionar, ligado ao Centro, um polo do Observatório do Envelhecimento.
Nestes cinco meses de existência, o Centro está a preparar o seu projeto de investigação sobre questões ligadas ao envelhecimento do idoso na comunidade e no idoso institucionalizado, com o objetivo de encontrar soluções que podem passar “pela digitalização, por uma maior integração social dos idosos e até pelo empreendedorismo sénior”.
Segundo Assunção Vaz Patto, coordenadora do CEARSIRC, a ideia é encontrar um novo paradigma para o envelhecimento ativo, uma vez que a visão atual é limitada, “temos de garantir que os idosos têm um teto, estão quentes e têm comida, mas isto é muito pouco. Os idosos precisam de muito mais, precisam de ser mantidos na comunidade muito mais tempo do que estão a ser, precisam de ser integrados e precisam de deixar de ser vistos como uma classe à parte, que é o que ainda estamos a fazer como sociedade.”
Um dos trabalhos que o CEARSIRC tem estado a desenvolver, é prestar apoio às instituições ligadas ao envelhecimento ativo.
“O que nós já fizemos foi dar apoio às entidades que nos pediram, neste primeiro concurso do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência). As pessoas apresentaram-nos os seus projetos, nós vimo-los do ponto de vista de quem está a fazer investigação em envelhecimento, e tentámos sugerir algumas coisas para melhorar e dar uma visão um bocadinho mais inovadora das coisas, nós temos de mudar as perspetivas do envelhecimento ativo.”
A digitalização é uma das áreas em que o Centro pretende apostar, “sobretudo no idoso sozinho, que nós pudéssemos monitorizar, de forma mais longínqua, mas mantendo-o, minimamente, apoiado.”
Nestes cinco meses de vida, o Centro já conseguiu criar um polo do Observatório do Envelhecimento, juntando-se ao Porto, Lisboa, Alentejo e Algarve.
“O polo do observatório é na Guarda, e as colegas do Instituto Politécnico da Guarda é que estão responsáveis, o primeiro relatório já vai sair brevemente” e o tema será a violência doméstica na pessoa idosa.
Em entrevista à RCB, Assunção Vaz Patto, médica neurologista de formação, ainda gostaria de criar, através do Centro, grupos de suporte de doentes com o mesmo diagnóstico na área das demências.
“Gente que se junte com a mesma patologia, que faça uma espécie de grupo de suporte, se uma pessoa souber que há mais 30 pessoas com o mesmo problema que nós, há soluções que se inventam e partilham. Isso era uma coisa importante fazer através do centro, criar grupos de suporte de doentes.”
FONTE: RÁDIO COVA DA BEIRA
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